O Mundial 2030 vai ter um impacto “muito pontual no tempo”, afirma João Rodrigues dos Santos, economista e docente do ISEC Lisboa, à CNN Portugal. O nosso país vai organizar a maior competição desportiva futebolística, juntamente com Espanha e Marrocos, o que “pode trazer alguns benefícios para o futuro”, afirmou. “Objetivamente, as vantagens económicas para o país estarão sempre circunscritas ao mês de realização do evento, e resultarão, sobretudo, do aumento da atividade turística”, explicou ainda o docente do ISEC Lisboa, Coordenador dos Ciclos de Estudo na área de Gestão e Administração Local.

Rodrigues dos Santos usou como comparação, ou antevisão, os dados do Instituto Nacional de Estatística, Euro 2004, que decorreu no nosso país. No mês da competição o impacto nas receitas turísticas,  relacionadas com a competição desportiva, foi de cerca de 40% do total das receitas. “Não será negligenciável, mas o impacto é muito pontual no tempo”. Para o docente e economista, o maior benefício do Mundial 2030 pode vir do investimento em infraestruturas e recursos que, “desejavelmente, se manterão úteis para o futuro”, como “vias de comunicação e acessibilidades, parques e bolsas de estacionamento e equipamentos de saúde”. Para as contas do Estado, no entanto, o saldo imediato será sempre negativo, advertiu o professor, mencionando novamente o exemplo do Euro 2004, durante o qual o Estado, terá recuperado apenas 35% do investimento financeiro para a realização do evento. “Deste ponto de vista, por mais voltas que queiramos dar, o saldo é sempre negativo”, concluiu na sua análise sobre este assunto. 

Os três países vão acolher 101 jogos, as três partidas inaugurais vão ter lugar no Uruguai, na Argentina e no Paraguai. O Campeonato do Mundo do centenário será realizado, pela primeira vez, em três continentes distintos, uma vez que além da Europa e Norte de África, os jogos inaugurais terão lugar na América do Sul, onde se iniciou esta competição pela primeira vez. 

GCI | outubro 2023

 

 


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