26 Março 2025 - 14h00(BR) / 18h00(PT)
Telmo Marcon é pós-doutorado em educação intercultural pela Universidade Federal de Santa Catarina. Graduado em Filosofia pela Universidade de Passo Fundo, em Teologia pelo Instituto de Teologia e Pastoral, é mestre em História pela Universidade de Brasília e doutor em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Professor e pesquisador no Instituto de Humanidades, ciências, Educação e criatividade (IHCEC) da Universidade de Passo Fundo, atuando na graduação e na pós-Graduação (mestrado e doutorado) no ensino, pesquisa e orientação. É autor de várias publicações em livros, capítulos e artigos em periódicos.
Modernização e progresso: contradições e paradoxos de discursos e práticas em cidades educadoras
Assistir SessãoOs discursos de modernização e progresso sempre atraíram as atenções de investidores, ou seja, de quem dispõe de capital. Há uma tendência de gestores públicos (municipais) em potencializar esses discursos como forma de atrair investimentos e também chamar atenção da população local, bem como, de turistas. Essa problemática instiga a formular uma questão básica: os modelos de cidades existentes no mundo, especialmente as cidades educadoras, fazem jus a essa denominação e sinalizam para projetos de vida boa e sustentabilidade de longo prazo?
Há um consenso entre intelectuais progressistas de que o discurso neoliberal galgou a hegemonia em defesa do mercado como grande regulador das subjetividades, da organização social e, genericamente, dos destinos da humanidade (das cidades). Esse discurso fracassado em termos de resultados persiste nas cabeças de milhões de pessoas (muitas delas paupérrimas) e em práticas de muitos investidores e gestores públicos. Parece que não aprendemos que é preciso projetar nossas ações para além dos resultados imediatos. Quando o objetivo é unicamente o lucro, não há como pensar numa cidade solidária, ou seja, educadora. Essa é a contradição fundamental. Dela derivam outras contradições e paradoxos.