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Angela Favaretto

30 Abril 2025 - 14h00(BR) / 17h00(PT)

Angela Favaretto é pós-doutora (2020), doutora (2017) e mestra (2012) em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e graduada (2010) em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Regional de Blumenau (FURB). Professora na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Erechim - RS, atuando no Curso de Arquitetura e Urbanismo no ensino, pesquisa e extensão. Pesquisadora da área do planejamento e projeto da paisagem, com ênfase nos espaços livres e sistemas de espaços livres urbanos e na relação da estrada e com a paisagem. Integra a Rede Nacional de Pesquisa Quadro do Paisagismo no Brasil - QUAPÁ-SEL, o Grupo de Pesquisa em Arquitetura, Paisagem e Espaços Urbanos (PósARQ/UFSC) e o Grupo de Pesquisa Projeto e Tecnologia da Arquitetura (UFFS/Erechim).

Tema conferência

Os Espaços Livres e o Direito à Cidade: Uma Perspectiva a partir do Plano Diretor

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O que será abordado?

Desde as primeiras cidades os espaços urbanos de uso público como a rua e a praça são de relevância. É ali onde de fato a vida quotidiana acontece, é o local de encontros, das trocas comerciais, culturais e sociais; é também o espaço para o lazer, o esporte e o ócio; e para a mobilidade. Também são nestes espaços que a natureza se faz presente nas cidades, prestando múltiplos serviços. As cidades mudaram muito ao longo da história e tiveram que absorver um contingente populacional que ainda hoje é crescente mundialmente. No Brasil, esse processo de urbanização aconteceu muito rapidamente, sem que as cidades estivessem preparadas. De modo um tanto simplista, temos como cenário o crescimento urbano desordenado, uma malha urbana descontínua, populações em vulnerabilidade pela ocupação de áreas de risco, segregação socioespacial e disparidades econômicas. O parcelamento do solo tem sido a principal forma de produção do espaço urbano, majoritariamente por iniciativa privada, regida pelo capital imobiliário.

A realidade tem sido de uma elite habitando espaços urbanos arborizados, com lotes e vias amplos e bem dotados de infraestruturas, próximo à orla ou parques e praças e, por outro lado, um grande contingente populacional habitando as periferias. Estas com lotes, habitação e sistema viário de dimensões mínimas - vias estreitas e sem arborização - desprovidos de espaços vegetados e de lazer e distantes do centro e dos parques e com infraestrutura precária. Em tempos atuais de pós pandemia e que estamos vivenciando o aquecimento global e as mudanças climáticas, a presença da natureza na cidade tem sido destacada como essencial para múltiplas funções ecológicas e humanas, tais como: reduções de desigualdades sociais, diminuição dos índices de violência e de estresse, benefícios para o sistema nervoso e para o circulo circadiano, para regulação térmica e controle hídrico, vem o questionamento sobre o direito e o acesso da população aos espaços livres (entendidos como os de uso público). Neste contexto, o Plano Diretor apresenta-se como uma ferramenta para efetivação do Estatuto da Cidade, como um instrumento jurídico capaz de estruturar um Sistemas de Espaços Livres e ter os interesses coletivos acima dos privados, fazendo cumprir assim a função social da propriedade.